Aos 73 anos, o ator Marcos Caruso, um dos nomes mais respeitados da teledramaturgia brasileira, voltou aos holofotes não por um novo papel, mas por falar, pela primeira vez de forma mais direta, sobre sua vida amorosa. Em entrevista recente, Caruso comentou sua união com o enfermeiro Marcos Paiva, com quem mantém uma relação desde 2018, e surpreendeu ao declarar que nunca se “assumiu” gay simplesmente porque não sente necessidade de se definir dessa forma.
“Eu não assumi nada. A minha relação com o meu marido é a mesma que tive com qualquer pessoa que amei. A diferença é apenas de gênero”, disse o ator, reforçando que se considera bissexual e que sua trajetória amorosa inclui quatro casamentos com mulheres, com quem ainda mantém boas relações.
Amor sem rótulo
A fala de Caruso vai na contramão das expectativas sociais sobre figuras públicas que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. Ao optar por não usar rótulos, ele levanta uma discussão importante sobre liberdade afetiva e identidade.
“A minha união com ele foi de alma. Não foi uma bandeira, nem um protesto. Foi amor.”
A declaração acontece em um momento em que a sociedade discute cada vez mais os limites entre a vida privada e pública de artistas e o impacto da representatividade nas telas e nos palcos.
Carreira ativa e longe dos estereótipos
Mesmo com uma carreira consolidada, Caruso não se esquiva de novos desafios. Está atualmente em cartaz com a peça “Intimidade Indecente” e já confirmado no elenco da próxima novela da Globo, “Coração Acelerado”. Longe dos rótulos, ele afirma que sempre buscou papéis diversos e rompeu barreiras até mesmo dentro do teatro, onde por muito tempo precisou “usar peruca” para atender à expectativa do público sobre como um protagonista deveria se apresentar.
“No fim da peça, eu tirava a peruca. Era minha forma de dizer: sou ator, não personagem”, relembra, com humor.
Repercussão e inspiração
As redes sociais se dividiram entre elogios à coragem do ator e questionamentos sobre a demora em falar publicamente sobre sua orientação. Mas, para muitos, a maneira como Caruso compartilhou sua história representa um gesto poderoso de liberdade.
“A fala dele não é sobre sexualidade, é sobre liberdade de viver. Isso, sim, é revolucionário”, escreveu uma internauta.
Reflexão final
No fim das contas, Marcos Caruso não quis “assumir” nada — ele apenas decidiu compartilhar quem é. E, em tempos de exposição extrema e julgamentos rápidos, talvez esse seja o gesto mais honesto e inspirador de todos.
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